Os três primeiros meses do ano foram bastante turbulentos, marcados por incertezas macroeconômicas globais e embates entre o novo governo eleito e o Banco Central. No ano passado, o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos penalizou as criptomoedas – o próprio Bitcoin, maior cripto do mercado, cedeu 66% em 12 meses, considerado o pior investimento de 2022. Agora, a classe de ativos está conseguindo virar o jogo e reverter o chamado “inverno cripto”.
O investimento no produto tem garantia de até R$ 250 mil pelo FGC, mas esse é um mecanismo que o investidor deve preferir não ter de acessar. Se o seu fundo para emergências já está preservado, o ciclo de quedas da Selic pode te abrir novas oportunidades, ainda adequadas a um perfil de iniciante. Gustavo Cruz, da RB Investimentos, cita o CDB Prefixado como uma oportunidade para o atual cenário. Quando o assunto é Bolsa de Valores, a alta do Ibovespa representa uma virada de chave no mercado brasileiro.
A partir de abril, no entanto, o encaminhamento e aprovação do arcabouço fiscal no Congresso, somado a dados mais positivos de inflação no País, permitiram que o mercado começasse a enxergar espaço para cortes nos juros a partir do 2º semestre de 2023. “Isso ocorreu porque as expectativas de inflação e juros do mercado estão bem menores do que as do início do ano. É recomendado ainda que o investidor já possua uma reserva de emergência constituída antes de partir para a diversificação e para opções de maior risco e prazos mais longos.
Qual é o melhor investimento hoje para iniciantes?
Com a queda da taxa básica de juros da economia, também foram afetadas as remunerações de alguns dos principais produtos de renda fixa, como o CDB e o Tesouro Direto. Outro tipo de ativo que parece ser unanimidade entre os especialistas para o momento são aqueles indexados ao IPCA, o índice oficial de inflação no País. Por sempre oferecerem ao investidor um rendimento real, esses títulos não são atrativos somente pelas taxas atualmente oferecidas no mercado, mas pela possibilidade de proteção à carteira.
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Ainda assim, não são os títulos de renda fixa ou as ações da Bolsa o melhor investimento do primeiro semestre de 2023. Uma das classes da renda fixa que sempre volta ao radar em momentos de queda de juros é a de ativos prefixados, aqueles cuja rentabilidade já é definida na hora de contratação dos títulos. Como o mercado já estava desde o final do primeiro semestre precificando os primeiros cortes na taxa de juros, a melhor janela de oportunidade nesses títulos já passou. Na comparação com os principais índices de investimentos, o investidor que comprou títulos do governo atrelados à inflação, como Tesouro IPCA+, obteve o melhor resultado.
Os dados mostram o desempenho acumulado entre o dia 1º de janeiro e o fechamento desta sexta-feira (30). Vale lembrar que, na hora de investir, especialistas também recomendam que seja avaliada não só a rentabilidade, mas também os objetivos do investimento. As opções com maior retorno previsto são as debêntures incentivadas — títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações. Agora, com o corte de juros, quem quiser manter o retorno vai precisar fazer ajustes nas posições.
“É difícil acreditar que em seis meses possa acontecer tanta coisa, mas de fato foi um semestre muito denso. Agora já começamos o segundo semestre com um tom muito mais construtivo do que foi o primeiro”, diz Rodolfo Amstalden, sócio-fundador do Grupo Empiricus. Além disso, é preciso levar em consideração o tempo que o dinheiro poderá ficar bloqueado, a necessidade de resgates antes do vencimento da aplicação e a disposição a assumir mais ou menos risco. Dando continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário iniciado no encontro do grupo em agosto, a Selic está em 12,75% ao ano.
Na última reunião, depois que o Copom surpreendeu ao anunciar um corte de juros de 0,50 p.p – e não de 0,25 p.p, como era amplamente esperado – ficou estabelecido que, por ora, este seria o ritmo de redução adotado em encontros seguintes. “O principal erro do iniciante é ir com muita sede ao pote, ser ansioso, tomar logo de começo muito risco, querer ficar rico do dia pra noite. Isso tudo são coisas que só acabam atrasando o processo de construção de riqueza.
Enquanto isso, com a Selic ainda elevada, ativos de renda fixa continuam tendo bom desempenho. No C6 Bank, o entendimento é que o mercado pode estar projetando uma inflação mais baixa do que deveria, especialmente em um cenário de continuidade da alta de juros no exterior. Pensando nisso, a casa tem aumentado a participação dos ativos chamados de “IPCA+” na carteira recomendada. Sem grandes alterações no cenário, a expectativa do mercado é que a Selic caia para 11,75% ao final de 2023, como projeta o Boletim Focus. O Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu o consenso de mercado nesta quarta-feira (20) e decidiu reduzir a taxa básica de juros do País em 0,50 ponto percentual.
Ou seja, antes de partir para o investimento, o primeiro passo é juntar dinheiro. “Tem sido possível encontrar ótimas oportunidades e altas rentabilidades de títulos de renda fixa no mercado secundário de bancos e corretoras”, conclui. “O melhor investimento para quem está começando deveria ser na educação financeira. Quanto mais a pessoa adquirir conhecimento, melhores corretoras de forex menos erros irá cometer e melhor será sua jornada como investidor no longo prazo”, avalia. Ele também afirma que não ir com tanta sede ao pote logo de cara também é importante. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, ressalta que o início de um ciclo de queda de juros ajuda a fortalecer os ativos de risco, em especial os investimentos de longo prazo.
O que rende mais na renda fixa com a Selic atual: CDB, LCI ou LCA?
O Copom, do Banco Central, costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da taxa básica de juros. Já para os investimentos em CDB, a rentabilidade média projetada é de 2,91% em 12 meses para aplicações em títulos de bancos grandes e de 6,92% em bancos médios, já descontados inflação e IR. Especialistas ouvidos pelo g1 ponderam, no entanto, que esse movimento deve ocorrer ao longo do tempo — e diante de possíveis novas reduções dos juros (entenda mais abaixo).